Um novo tratamento desenvolvido pela Universidade de Tel Aviv pode induzir a destruição das células cancerígenas do pâncreas, erradicando o seu número em até 90% após duas semanas de injeções diárias de uma pequena molécula conhecida como PJ34.
O câncer de pâncreas é um dos cânceres mais difíceis de tratar. A maioria das pessoas diagnosticadas com a doença nem sequer vive cinco anos após o diagnóstico.
O estudo, liderado pela professora Malka Cohen-Armon e sua equipe na Faculdade de Medicina Sackler da TAU, em colaboração com a equipe da Dra. Talia Golan no Centro de Pesquisa do Câncer no Sheba Medical Center, foi recentemente publicado na revista Oncotarget.
O estudo revela que o PJ34, quando injetado por via intravenosa, causa a autodestruição de células cancerígenas humanas durante a mitose, o termo científico para divisão celular. A pesquisa foi realizada com xenoenxertos, transplante de câncer de pâncreas humano em camundongos imunocomprometidos. Um mês após a injeção diária da molécula por 14 dias, "houve uma redução de 90% das células pancreáticas cancerígenas", disse Cohen-Armon ao The Jerusalem Post. "Em um rato, o tumor desapareceu completamente".
"Esta molécula causa uma anomalia durante a mitose de células cancerígenas humanas, provocando rápida morte celular", disse ela. "Assim, a multiplicação celular em si resultou em morte celular nas células cancerígenas tratadas". Além disso, disse ela, o PJ34 parece não ter impacto nas células saudáveis, portanto "nenhum efeito adverso foi observado". Os ratos, segundo afirmou, continuaram a crescer e ganhar peso como de costume.
Ela acrescentou que publicou pela primeira vez sobre o mecanismo em 2017, quando a descoberta foi usada para tratar o câncer de mama triplo-negativo implantado em xenoenxertos. Esse tipo de câncer de mama - que é negativo para receptores de estrogênio, receptores de progesterona e excesso de proteína HER2 - como o câncer de pâncreas, é muito difícil de tratar e muitas mulheres não vivem mais de cinco anos após serem diagnosticadas.
Embora Cohen-Armon tenha dito que a equipe não estudou especificamente se o tratamento poderia ou não prolongar a vida de um paciente, pode-se presumir que tal resultado poderia ser alcançado com a eliminação das células cancerígenas.
Quanto tempo levará para que esses testes em cobaias sejam testados em humanos?
Ela estima que isso levaria "pelo menos dois anos, desde que obtido o financiamento suficiente". Ela explicou que, primeiramente, a equipe testará o procedimento em porcos e depois solicitará permissão do FDA para administrar em humanos a molécula. "Estou otimista", concluiu Cohen-Armon.
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