Um jovem rabino se mudou para uma comunidade na Europa, e ouviu falar de um israelense que também havia se mudado recentemente. No início, o israelense disse que estava ocupado e não podia dar atenção ao rabino. Após algumas tentativas, o rabino conseguiu encontrar o israelense. A primeira coisa que o israelense disse: "Não sou Chabad e não estou interessado em me tornar religioso".

O rabino ficou surpreso ao ouvir essas palavras, mas estava equipado com uma resposta. Ele disse: "Eu também não sou Chabad".

O israelense apenas sorriu e disse: "Se você não é Chabad, quem você é?"

"Sou seguidor do patriarca Avraham", respondeu o jovem rabino. "Avraham morava no deserto, onde havia muitos transeuntes, que obviamente não eram judeus. Ele abriu sua casa e providenciou comida e estadia para eles enquanto os ensinava sobre D’us".

"Obrigado pela oferta, rabino, mas eu realmente não estou interessado", disse o israelense.

O rabino sorridente respondeu: “Avraham nunca aceitou o ‘não’ como resposta. Você sabe o que ele fez? Depois que seus convidados terminavam suas refeições, eles agradeciam a seu anfitrião, Avraham. Entretando, Avraham lhes dizia para agradecer ao verdadeiro anfitrião: Hashem. Se eles abençoassem D'us, poderiam seguir viagem. Porém, se eles se recusassem (pois eram idólatras), Avraham solicitava que seus serviços fossem pagos.

No final, todos cediam e agradeciam a D'us, em vez de pagar. ”

“Mas, eles realmente não quiseram dizer isso. Qual é o sentido de colocar tefilin ou comer casher se sua próxima parada for não-casher?”

O rabino percebeu que havia abordado um assunto delicado e começou a contar uma história: “Havia pais que tinham um filho amado, e o mimavam com tudo o que desejava. A princípio, o filho agradecia, mas logo começou a esquecer tudo o que seus pais haviam feito por ele. Quando eles pediam algo, ele os ignorava e dava todos os tipos de desculpas. Até que um dia, os pais o expulsaram de casa. Na rua, ele refletiu e viu que realmente agia mal percebendo seus erros. Ele voltou para reparar o relacionamento com os pais.

“No judaísmo, é a mesma coisa. Muitas vezes somos banhados com bênçãos de D'us, que tomamos por garantidas. Quando nos pedem para reconhecê-las, através de tefilá e mitsvot, se dissermos ‘não obrigado’, então D'us pode nos colocar em uma situação em que somos forçados a reconhecê-Lo. É melhor agradecer a D'us agora, do que estar em uma situação terrível no futuro.

"De fato, todas aquelas pessoas que foram ‘forçadas’ a louvar a D'us com Avraham se tornaram pessoas melhores, mesmo que não seguissem a vontade de D'us 100% do tempo. Sabemos disso no Midrash que afirma: ‘Antes de Avraham, Meu nome era conhecido apenas nos céus, mas agora- nos céus e na terra’ ”.

O israelense ouviu o rabino e começou a perceber que, às vezes, temos que servir a D'us mesmo quando não há vontade, pois isso realmente significa estar servindo a D'us. Ele esticou o braço e disse: "Rabino, vamos colocar tefilin. Mas antes, mais uma pergunta: Você é Chabad?" O rabino piscou e disse: "Avraham Avraham!"