26 de Junho de 2019
Empresários, repórteres, cinco rabinos e um alto funcionário da Casa Branca realizaram, nesta quarta-feira pela manhã, preces matinais na única sinagoga do Golfo, às margens de uma conferência de paz realizada no pequeno reino do Bahrein que já abrigou uma próspera comunidade judaica.
O raro serviço foi organizado por um correspondente do Times of Israel, com a ajuda da diplomata judia Houda Nonoo e com a aprovação das autoridades em Manama.
Houda Nonoo, que serviu como embaixadora dos EUA no Bahrein de 2008 a 2013, disse ter ficado emocionada com o evento. "Foi um momento histórico", disse ela. "Fiquei muito comovida. Pela primeira vez em minha vida, vi um culto de oração com minyan na minha sinagoga", disse Nonoo referindo-se ao quórum necessário de dez homens para um serviço judaico completo.
O rabino Marvin Hier, do Centro Simon Wiesenthal, liderou as orações na sinagoga e, ao final, os presentes cantaram "Am Yisrael Chai" - "O povo de Israel vive".
"Fiquei muito comovido com a participação de judeus de diferentes países, reunidos em uma sinagoga que não via um minyan em quase 75 anos e cantando juntos Am Yisrael Chai", disse o empresário canadense Mayer Gniwish, que também é rabino.
As orações não costumam acontecer regularmente na sinagoga, que geralmente é aberta apenas uma vez por ano.
Entre os presentes estavam Jason Greenblatt, conselheiro especial do presidente dos EUA, Donald Trump, para o Oriente Médio; o ativista inter-religioso Rabino Marc Schneier; Erudito do Oriente Médio David Makovsky; Chefe da sucursal do New York Times em Jerusalém, David Halbfinger; e um grupo de empresários israelenses e repórteres que participam da conferência.
Greenblatt escreveu no Twitter que ele orou por sua família e pela paz. "Este é um exemplo do futuro que podemos construir juntos", escreveu ele.
"Esse é o segredo do povo judeu - sempre que você entra em uma sinagoga, onde quer que esteja no mundo, você se sente em casa", disse o rabino Abraham Cooper, também do Centro Wiesenthal.
A sinagoga de Manama foi construída nos anos 1930. Foi saqueada em 1947, na sequência do Plano de Partilha das Nações Unidas, que aprovou a criação de um Estado judeu e outro palestino dentro da Palestina Britânica – o projeto foi rejeitado pelos palestinos.
A sinagoga, localizada na Avenida Sasaah, em Manama, foi reformada em 1997 e costuma reunir 34 membros da comunidade. Antes de 1947, a comunidade contava com 1.500 judeus, a maioria de origem iraquiana.
Não há serviços regulares na sinagoga, mas o Bahrein tem a única comunidade judaica no Golfo. Há dez anos, a Sinagoga de Dubai começou a funcionar como a única instituição da comunidade judaica dos Emirados, acolhendo veteranos e residentes temporários, bem como aqueles em visitas de negócios e lazer.
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