Como pode o anti-sionismo ser o novo antissemitismo? Certamente não há conexão entre eles. O antissemitismo é ódio pelos judeus como um povo, uma raça, um grupo étnico. O anti-sionismo é objeção a um pais, uma nação, um estado. Qual é a conexão entre eles?
O antissemitismo é um vírus que se altera, para que novos antissemitas possam negar que são antissemitas, porque seu ódio é diferente de antigamente. Na Idade Média os judeus eram odiados pela sua religião. Nos séculos Dezenove e Vinte eram odiados pela sua raça. Hoje são odiados pela sua nação, Israel.
Qual é então a conexão entre os judeus como um povo, o Judaísmo como uma religião, e Israel como um país?
A conexão entre o povo judeu e Israel remonta a muito tempo antes do nascimento do Cristianismo ou do Islã. Os judeus criaram uma sociedade ali nos dias de Yehoshua, um reino nos dias de Shaul, e uma nação com Jerusalém como sua capital nos dias do Rei David: tudo isso há mais de três milênios.
Os judeus são o único povo que jamais criou uma nação ali. Em todas as outras épocas nos 3.000 anos passados era meramente um distrito administrativo num império cujo centro estava em outro lugar: os impérios Assírio, Babilônia, Persa, Alexandria, Romano e Bizantino, os cruzados do Sagrado Império Romano, os vários impérios muçulmanos como os Umayads, Abbasids, Fatimids, Mamluks e Otomanos, e finalmente o Britânico. Os judeus são o único povo que tem mantido uma presença contínua no pais. Eles são seus “indígenas”, desbravadores, seus habitantes originais.
O voto das Nações Unidas em 1947 para criar a existência de Israel foi uma importante mudança do imperialismo. Devolveu ao povo judeu o lar tirado deles por império após império. Israel foi a única criação não artificial no Oriente Médio após o colapso do Império Otomano. O restante – entre eles Jordânia, Síria, Iraque, Líbia, Arábia Saudita e Iêmen – foram criações artificiais que não tinham sido países antes, e é por isso que a maioria deles ainda existe numa condição de conflito étnico, religioso e tribal. Somente Israel tinha existido previamente como uma nação.
Esta é a conexão inquebrantável entre Israel e o povo judeu. A conexão entre Israel e o Judaísmo é igualmente antiga e fundamental. É mais do que assim como disse Robert Frost: “Lar é o local onde, quando você tem de ir ali, eles têm de deixar você entrar.”
Leia a Torá e verá imediatamente que não é sobre a salvação da alma. É sobre criar na terra santa uma sociedade baseada nas ideias bíblicas de justiça, bem estar, a santidade da vida – e cuidado com o imigrante “porque você sabe como é se sentir um estrangeiro.”
O Judaísmo começou com duas jornadas para a terra, uma por Avraham e Sarah, a outra pelos israelitas nos dias de Moshê. Pelo menos metade dos 613 mandamentos da Torá são aplicáveis somente à terra de Israel. E embora nos séculos de exílio e dispersão os judeus vivessem nos mais diversos países, Israel permaneceu um foco de suas preces e o único local onde eles tinham conseguido fazer aquilo que toda outra nação considera garantido: construir sua própria sociedade à luz dos próprios ideais.
O Judaísmo difere de outros monoteísmos abrahâmicos, cristianismo e islâmicos, pois é o único dos três que jamais criou ou procurou criar um império. Foi o imperialismo do imperador romano Adriano que o levou no Século Dois a mudar o nome do país para Palestina, uma das primeiras, mas certamente não o última, das falsificações deliberadas da história por aqueles que procuravam negar ao povo judeu seu direito à terra.
Há 56 nações islâmicas, e 159 nas quais o Cristianismo forma a maioria. Há e somente houve um único estado judeu, embora seja e sempre foi pequeno e vulnerável. É por que o anti-sionismo, que nega aos judeus o direito ao seu único e coletivo lar é o novo antissemitismo espalhado e contaminando o mundo, tão virulento e perigoso quanto o antigo.
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