O Sumo Sacerdote do Templo de Jerusalém era reconhecido facilmente pelo magnífico e colorido peitoral de pedras preciosas que era parte integrante de sua vestimenta cerimonial. O chóshen era uma placa de ouro com 12 pedras incrustadas, representando as 12 tribos do povo judeu.
Certa vez, uma destas pedras se desprendeu e apesar de procurarem por ela, não a encontraram. Era o jaspe, a pedra marrom avermelhada que representava a tribo de Biniamin, o filho caçula de Iaacov, uma pedra bastante rara na época.
O Talmud conta que os sacerdotes e os sábios do povo souberam que um homem importante que morava em Ashkelon possuía uma pedra jaspe. Seu nome era Dáma ben Netina (Dáma, filho de Netina), ele não era judeu, mas os sábios levaram uma soma grande de dinheiro para negociar e esperavam que ele concordasse em fazer a venda.
Uma vez lá, o homem se mostrou interessado e aceitou o alto valor que os sacerdotes ofereceram pelo mineral. Ele entrou em sua casa e foi buscar a pedra. Porém, quando adentrou o recinto onde estava o baú em que guardava o precioso objeto, percebeu que seu pai estava dormindo bem em cima do molho de chaves que continha aquela que permitia acesso à peça, e que seus pés repousavam justamente sobre o caixote.
Sem hesitar, Dáma se dirigiu aos sacerdotes e explicou que não poderia fazer a venda naquele momento pois não queria acordar o pai para pegar o jaspe que eles precisavam. Mesmo após oferecerem pagar um valor mais alto do que o acordado, Dáma recusou. Respeitar o sono de seu pai era mais valioso do que qualquer soma de moedas!
Os sacerdotes foram embora, com pressa de repor a relíquia e, com a ajuda de Hashem, acabaram encontrando a pedra em outro lugar.
E quanto a Dáma – pouco tempo depois nasceu em seu rebanho uma rara vaca vermelha, sagrada para uso no Templo de Jerusalém. Apesar de valer uma soma exorbitante, ele a vendeu apenas pelo valor que deixou de lucrar no episódio da pedra, recuperando o dinheiro e recebendo grandes méritos por suas ações.
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