Dentro de alguns dias, comemoraremos o Dia das Mães, uma data anual, na qual homenageamos com reuniões familiares e presentes àquelas que nos trouxeram ao mundo.

O que muitos não sabem é que os judeus reservam um momento especial toda semana, no nosso dia mais sagrado, para agradecer às nossas mães, nossas esposas, por serem o epicentro da família e do lar. Nas noites de sexta-feira, antes de recitar o kidush, a santificação do shabat, toda a família entoa a cançãoEshet Chail, Uma Mulher Virtuosa composta pelo Rei Salomão e encontrada em Provérbios 31:10-31. Dizem que ele a escreveu em homenagem à sua mãe, porém o texto se tornou um hino a todas as mulheres e mães judias.

“Há algo de excepcionalmente encantador sobre a vida familiar judaica em sua melhor expressão. Nas noites de sexta-feira, quando as velas estão acesas e as bênçãos sobre o pão e o vinho já foram feitas, quando a família entoa o canto de louvor à mãe e os pais abençoam os filhos, quase se pode tocar a Presença Divina”, diz o Rabino Lord Jonathan Sacks em sua obra Uma Letra da Torá. “E há algo de comovente no fato da Presença Divina estar aqui, em meio a famílias comuns que vivem em lares comuns, em vez de estar nos palácios dos grandes ou nos templos que a tantos atraem. Aqui, mais do que em qualquer outro lugar, você testemunha a verdade judaica de que Deus vive no coração sem adornos da condição humana, no pacto de amor entre marido e mulher sobre o qual a república da fé é construída.”

D’us, no judaísmo, se manifesta, acima de tudo, na instituição familiar. Após a destruição do Segundo Templo Sagrado, o Beit Hamicdash, a presença Divina passou a repousar dentro de cada lar, no coração de cada família.

Para a Torá, cada casa é um mishcan, um tabernáculo, um local digno de servir ao Eterno. E nesse tabernáculo, o quarto do casal é considerado o Codesh Hacodashim, o local mais sagrado. E por isso é tão notável o papel da mãe – que nos dá o exemplo, nos ensina a servir ao mundo como bons seres humanos e a servir a D’us em cada pequena ação.