Devar Malchut
5 de outubro de 2016

“Se Tu, D’us, preservasses as iniquidades, Hashem, quem poderia sobreviver?
Pois Contigo está o perdão para que Tu possas ser temido.”
Tehilim 130: 3 e 4

Nos Dez Dias de Teshuvá falamos diariamente o Salmo 130 como parte da reza. Neste Salmo há algo que parece incompreensível: “Pois Contigo está o perdão para que Tu possas ser temido.” Tehilim 130: 4

Como é que o fato de ser perdoado nos leva a temer a D’us? Será que a perpétua bondade de D’us não teria o efeito contrário, uma vez que a pessoa sabe que sempre será perdoada?

Isso pode ser explicado da seguinte maneira:
Um pobre pegou emprestado uma grande quantia e só pode devolver metade do empréstimo, e mesmo assim, em muitas suaves prestações, em vários anos.

Se o credor aceitar esses termos, for gentil e compreensível, é mais provável que o devedor se esforce e tente devolver toda a quantia.

Mas se o credor for intransigente e insistir para que toda a dívida seja devolvida imediatamente à vista, o devedor vai desistir e vai achar que jamais conseguirá devolver o dinheiro. A bondade do credor, portanto, leva o devedor a temê-lo mais ainda.