publicado em BCNews
Esta história se passa num lugar terrível no tempo da Segunda Guerra Mundial, quando o exército de Hitler vangloriava-se de suas conquistas. Tudo aconteceu em um campo de concentração na França, onde milhares de judeus amontoados aguardavam desanimados por seu triste destino. Entre eles havia um rabino, que não parava um minuto. Abordava cada judeu na incansável tentativa de levar-lhes coragem e esperança. Mas levantar o moral daquelas tristes e famintas criaturas tornava-se uma tarefa cada vez mais difícil.
Até que chegou Chanucá. Há mais de um mês o rabino já vinha separando um pouco de óleo da sua ração diária. Guardou cada gota do precioso líquido, assim obteve o suficiente para cumprir a mitsvá de acender as luzes de Chanucá. Ele conseguiu pegar uma cenoura crua da cozinha e esculpiu-a cuidadosamente de modo a tornar-se um recipiente para o óleo. Cortou uma tira do seu casaco e transformou-a em um pavio.
Pronto! Agora ele já tinha uma chanukiyá. Estava escuro nas barracas onde aqueles pobres judeus estavam confinados. Naquela treva silenciosa as palavras do rabino soavam como uma voz do paraíso. – Meus caros irmãos – começou ele – hoje é Chanucá, a Festa das Luzes, que traz uma mensagem de esperança a todos os judeus oprimidos por tiranos como Antiocus.”
Acendendo a chama da chanukiyá improvisada, o rabino recitou as três bênçãos da primeira noite. Sua voz solene transmitia a enorme coragem que brotava do fundo do seu coração. “Meus caros irmãos – continuou – nesta noite não há lugar para o desespero. Olhem para esta pequena chama e tentem entender o que significa. Quando a Menorá estava para ser acesa por Aharon no Mishcan, D’us prometeu-lhe que embora ela pudesse ficar apagada durante algum tempo quando Israel se afastasse Dele, ainda assim haveria uma luz que ficaria sempre acesa. Essa chama seria acesa na noite escura e levaria esperança aos Seus filhos nas horas mais sombrias. Essas seriam as Luzes de Chanucá. Portanto, não vamos nos desesperar, mas rezar a D’us para que nos livre das mãos dos nossos algozes, para que possamos viver para reacender as luzes no próximo ano em nossa Terra Santa!”
Aquelas foram as vítimas mais afortunadas de Hitler. Tiveram a boa sorte de serem consideradas como “inimigos estrangeiros” e foram levadas como troca por prisioneiros alemães e enviadas à América.
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