Os judeus sempre atribuiram um elevado valor ao casamento e à vida familiar. Ao invés de ficar no nível de “ser feliz” e “paixão desenfreada” como pregam as sociedades, é possível alcançar uma felicidade muito mais madura e duradoura.
Infelizmente hoje tornou-se comum a prática do divórcio. Embora ninguém deva sofrer em um relacionamento abusivo ou doloroso, em casos onde não se trata dessas questões, o divórcio não deveria ser o primeiro ou o único caminho apontado como solução. Antes dele, todas as possibilidades e tentativas de melhorar deveriam ser acionadas e esgotadas com mudanças de ambas as partes. Não existe apenas um culpado, e em toda separação há sempre dois lados. O divórcio não é a única solução para problemas conjugais. Em uma sociedade que valoriza verdadeiramente o casamento, como no judaísmo, todos devem trabalhar duro para apoiar os casais e mantê-los unidos.
Projetos conjuntos, apoio, respeito e amor mútuo não são elementos que podem ser descartados da noite para o dia; a não ser que nunca tenham sido implantados. Uma relação saudável, a alegria, manter admiração pelo cônjuge são ferramentas fundamentais para enfrentar diferenças e desafios inevitáveis que vão surgindo ao longo do casamento.
Se você está prestes a jogar a toalha ou ainda deseja lutar para melhorar o seu casamento , seguem quatro perspectivas práticas que podem ajudar a superar as falhas, os problemas e fazer sua relação voltar a prosperar.
1) Aceitação e Gratidão
A manutenção de uma união vitalícia saudável requer aceitação, compaixão, perdão e apreço. Sim, você deve trabalhar em direção a uma mudança positiva, mas você também deve saber quando deve ignorar ou dar menor importância para questões irrelevantes, quando acabar com seu desejo de controlar, dominar ou vencer uma discussão. Deve aceitar seus sentimentos de decepção. Em vez de focalizar no que está faltando, a decepção o ajudará a reformular, melhorar o que já possuí, a fim de apreciá-lo ainda mais.
2) Compreender e aceitar o outro
Homens e mulheres são muito distintos.
O marido muitas vezes tem uma lista menor de queixas do que sua esposa em relação a ele. Essencialmente, os homens só querem que suas esposas sejam felizes ao seu lado. Que o respeitem e o admirem, e que esse sentimento permaneça além do primeiro ano de casamento. Eles precisam escutar de suas esposas seu apreço e carinho. Quando as mulheres são frias e críticas, implacáveis querendo sempre corrigi-los, os homens se sentem fracassados e começam a se retirar, ou desistir.
Um marido é muito mais sensível à rejeição do que sua esposa possa imaginar, porque muitas vezes não consegue expressar seus sentimentos em palavras. A reação pode ser a de passarem menos tempo em casa ou não se comunicar. As mulheres tendem a ser doces no início, mas às vezes e com o passar do tempo, devido à decepção, mágoa ou insatisfação acham que não possuem mais a energia para aplicar certas estratégias matrimoniais a fim de salvar ou realimentar a relação. Em vez disso, começam a fazer ataques diretos ao ponto, sem dedicar tempo e paciência para traçar estratégias ou suavizar a comunicação. Acabam desistindo antes de lutarem e caem muitas vezes em depressão silenciosa. Para evitar esse círculo vicioso ou o final de uma relação que poderia ser aprimorada e continuar a dar certo, desistem, esquecendo que o casamento deve ser trabalhado todos os dias.
3) Comunicação
Fico surpreso ao escutar que pessoas simplesmente desistiram de batalhar o seu casamento e permanecem juntos somente para poder educar melhor seus filhos. Esquecem que o relacionamento com o seu cônjuge é prioritário sobre o relacionamento com seus filhos. As crianças são mais perspicazes do que você imagina; aprenderão como agir só de observar vocês interagindo. As técnicas eficientes aplicadas pelos pais na educação dos filhos são realmente excelentes estratégias de comunicação no casamento. Por exemplo: se você é cuidadoso em elogiar seus filhos generosamente, aprenda a fazer o mesmo em relação ao seu cônjuge. Se você evita excesso de críticas e reclamações a seus filhos, aplique a mesma técnica com o seu parceiro de vida.
Se você der bons exemplos de conduta estará (re)conquistando pontos importantes. Meu conselho é: nunca negocie com o seu cônjuge em momentos de raiva. Demonstre o mesmo interesse e atenção que costuma dar ou daria a seus filhos em relação a pessoa que deseja permanecer ao seu lado ou que você não deseja perder.
4) Assumindo a responsabilidade
Você é responsável pela qualidade de sua vida, e não o seu cônjuge. Trazer alegria e satisfação para a sua existência diária e fortalecer seu relacionamento com D’us é de sua responsabilidade. Não culpe o outro. Invista na qualidade de seu e aprenda poderosas técnicas de gerenciamento de estresse. Isso pode ser obtido de diversas formas: alimentando um círculo de relações pessoais saudáveis, encontrando um trabalho significativo e gratificante, praticando condicionamento físico, aprimorando seu conhecimento, crescendo emocionalmente, contribuindo para a sua comunidade, e assim por diante. Quanto mais feliz você se sentir com seus afazeres e realizações, mais fácil será desfrutar de seu casamento como um presente maravilhoso que lhe foi destinado.
O casamento é um tesouro valioso, necessário, saudável e bom para todos os envolvidos. Invistam tudo o que estiver ao alcance de ambos. Essa é a maneira judaica de proceder. Antes de ‘jogar a toalha’ ou pensar em detonar o seu casamento, abrace-o com todas as suas forças e talento.
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