Na Parashá desta semana, Devarim, Moshé se despede de sua nação apenas algumas semanas antes de sua morte, e narra as experiências da jovem nação durante os quarenta anos de jornada no deserto do Sinai, no caminho para a Terra Santa.

Durante essa longa caminhada: desde o Egito até as margens orientais do Rio Jordão, passando pela península do Sinai, os forçou a passar por vários países vizinhos, todos antagonistas ao povo de Israel. Moshé registra então as instruções que dá aos Israelitas de como tratar esses países vizinhos. Suas palavras são tanto chocantes como atordoantes; seu poder moral ecoa até os dias de hoje.

“D’us disse a mim,” Moshé relembra, “Dê ao povo as seguintes instruções: ‘Vocês estão passando pelas fronteiras de seus irmãos, os descendentes de Essav, que moram em Seir-Edom [Sudeste de Israel]. Embora eles temam vocês, vocês devem ser muito cuidadosos. Vocês não devem provocá-los, pois não lhes darei nem uma porção de sua terra. Como herança para Essav já lhes dei o Monte Seir...

Vocês devem comprar comida deles pagando em dinheiro para que tenham o que comer; e água também vocês devem comprar pagando em dinheiro para ter o que beber.”

Além de Edom-Seir essa mesma cena se repete com o povo de Moav e Amon (descendentes de Lot). D’us nos proíbe de tomar qualquer parte da terra de Moav e de Amon, assim como ordenou em relação a Seir.

Essas palavras pronunciadas há mais de 3 mil anos são impressionantes. Quando o mundo ainda era um deserto moral, uma sociedade pagã e bárbara, os judeus foram impedidos de tomar mesmo um centímetro de terra dos territórios de Seir, Moav e Amon.

Por que a Torá, um livro mais de ensinamentos morais do que de dados históricos, registra uma instrução aparentemente insignificante com relação ao encontro dos judeus com 3 países? Que relevância isso tem para nós hoje?

A resposta é dramaticamente clara. A Torá está nos comunicando as circunstâncias ligadas à conquista e estabelecimento de nossa terra, Erets Israel, para que quando as Nações Unidas, a Côrte Internacional de Justiça, a Comunidade Europeia, os países Árabes etc. decretarem Israel como um estado que ocupa terras árabes anexadas de outros países, o povo judeu possa abrir sua própria constituição, a Torá, e mostrar a mensagem inabalável de verdade moral:

“Ouçam bem, defensores da ‘moralidade e direitos humanos’! Não venham falar conosco sobre terra roubada. Numa época em que a maior parte das tribos e nações degolavam seus próprios filhos para deuses pagãos, onde pais praticavam infanticídio regularmente, canibalismo era a dieta diária, e a maior parte das pessoas nem tinha ideia do que era certo ou errado – o povo judeu aprendeu que não deveria tocar no que não era seu. Não podiam colocar o pé num território que não fosse seu. O mesmo D’us que os instruiu a não entrar em solo estrangeiro, lhes concedeu a Terra de Israel – todo o território da Jordânia ao Mediterrâneo – como Seu presente para o povo judeu. Não é terra roubada; é a herança eterna do povo judeu!”

Israel se tornou uma nação em 1313 AEC, 2000 anos antes do Islã. 40 anos depois, em 1273 AEC os judeus conquistaram a terra de Israel e a dominaram por mil anos. Nesse tempo todo Israel contou com a presença contínua de judeus nos últimos 3.300 anos. Chamar os israelenses de “ocupantes dos territórios da Margem Ocidental, Gaza e Jerusalém Oriental é como chamar os Franceses de ocupantes de Paris e Britânicos ocupantes de Londres. O conflito atual entre Israel e os países árabes não tem absolutamente nada a ver com qualquer ocupação. Em 1967, quando não havia nenhuma colônia judia e nenhuma ocupação, cinco países Árabes – Jordânia, Síria, Egito, Iraque e Líbano se juntaram à Arábia Saudita e criaram um plano para aniquilar Israel e “jogar os judeus no mar”.

Yashiko Sagamori, um porta voz da “National Unity Coalition for Israel”, colocou muito bem num artigo:

“Se você tem certeza de que a Palestina, o país, tem algum passado na história registrada, você deve responder algumas perguntas: “Quem fundou a Palestina e quando? Quais eram suas fronteiras? Qual era sua capital? Quais eram suas principais cidades? Que tipo de governo tinha? Qual era o idioma desse país? Qual era a religião principal? Qual era o nome de sua moeda? Escolha qualquer época da história e diga quanto essa moeda equivalia com relação ao dólar americano, marco alemão, yen japonês, yuan chinês etc. E, finalmente, já que não existe esse país hoje, o que causou sua derrubada e quando isso aconteceu?

Na realidade, os palestinos são árabes normais, indiferenciáveis dos jordanianos, sírios, libaneses, iraquianos, egípcios etc.

O principal erro estratégico e diplomático israelense provém da aceitação do pedido árabe por uma terra palestina. O mundo fica confuso: a posição árabe está clara para todos; a posição israelense está coberta em mistério.

‘Afinal de contas, eles acreditam que aquela terra pertence a eles ou não? Se acreditam, que parem de dizer que consentem a criação de um estado palestino lá. E se não acreditam, porque continuam lá?’ Quando falamos a verdade, devemos ser firmes e resolutos.