Na semana passada, estive na apresentação do famoso violinista Maxim Vengerov, no Teatro Municipal. Ele veio para várias apresentações, tanto no Rio como em S. Paulo.

Eu, pessoalmente, não entendo de música clássica. Durante a apresentação, estive pensando em uns fatos interessantes.

Como, quase duas mil pessoas ficaram em silêncio por quase uma hora e meia?

Engraçado que, na sinagoga ou quando o rabino está falando sua prédica, estas pessoas não ficam em silêncio nem por 10 minutos! Qual é o motivo destas pessoas aqui ficarem em silêncio tanto tempo? Estive pensando, e, acho que o motivo é que ninguém teve a ousadia de falar e atrapalhar a apresentação, ou porque todos simplesmente ao seu redor estavam em silêncio. Ou seja: se na sinagoga você não deve falar, ninguém vai falar, pois ficando em silêncio, respeitando o ambiente sagrado da sinagoga durante as orações ou na palestra do rabino, você influencia todos ao seu redor.

Outra coisa que pensei , foi a matéria do jornal “O Globo”, do dia seguinte que dizia: “O Teatro Municipal cheio de kipot”.

Na verdade, se havia 10 pessoas com kipá ali era muito. Interessante que o violinista e o pianista que não são religiosos, quando perguntados se queriam usar kipá na apresentação, ficaram felizes e disseram que seria uma alegria muito grande tocar com kipá, no Rio de Janeiro. O pai dele, que estava na primeira fila, também quis usar kipá e se emocionou muito, na noite de Shabat, com a alegria das rezas e das pessoas no Beit Lubavitch.

Mas o fato de você usar kipá já demonstra uma imagem diferente, de como você é orgulhoso de ser judeu, seja tocando música clássica no Teatro Municipal ou em qualquer outro lugar.