Pergunta:
Ainda teremos livre arbítrio quando Mashiach chegar? Pelo que tenho lido, parece que iremos automaticamente fazer a coisa certa. E sem qualquer decisão para tomar, a vida não ficará entediante?

Resposta:
Gosto dessa pergunta. Quando Mashiach vier, não haverá as muitas camadas de confusão que tornam a vida tão difícil. As prioridades irão mudar. Sentiremos a importância e a beleza da Torá e mitsvot. Ser generoso com os outros será algo natural. A sabedoria Divina brilhará em todo aspecto do mundo. Nas palavras do profeta: “O mundo inteiro ficará repleto do conhecimento de D’us, como as águas cobrem o oceano.”1

E com a verdade tão óbvia, quem conseguirá fazer algo de errado?

No entanto, o “bem versus o mal” não é a única decisão que tomamos na vida. Existe outro tipo de livre escolha também – aquela que se aplicará mesmo quando Mashiach vier: o “bem versus o melhor”.

Hoje, a questão freqüentemente é se fazemos ou não uma boa ação. Quando Mashiach vier, será até que ponto cumpriremos aquela mitsvá. Vamos nos esforçar ao máximo ou ficaremos satisfeitos apenas com um trabalho regular? Hoje, escolhemos entre usar nossos talentos para coisas boas ou más. Quando Mashiach vier, escolheremos entre alimentar ainda mais aqueles talentos ou apenas deixar que fluam.

Creio que isso responde à sua segunda pergunta. Você está certo. Os obstáculos nos dão entusiasmo. Proporcionam um impulso para a vida. Quando Mashiach vier, aquele impulso ainda estará lá – porém numa maneira diferente.

Pense num avião e num foguete. Ambos exigem uma forma de resistência para voar. No avião a resistência é fornecida através da interação com um fator externo; os vários graus de pressão do ar nos dois lados das asas. Ora, acima de uma certa elevação isso não é mais possível. Você precisa criar sua própria resistência que o empurra para baixo. Isto é o foguete.

Atualmente, nossa batalha é entre o bem e o mal. Com o mal trabalhando contra nós, tomamos as decisões certas e somos impelimos para a frente. Porém quando Mashiach vier, deixaremos essa atmosfera. O mal se tornará inútil. Precisaremos de nossos próprios foguetes – o desafio do bom versus o melhor.

E usaremos o livre arbítrio para decidir a que altura queremos voar.

Como nos diz o Talmud: “Os tsadikim não têm descanso, nem neste mundo, nem no vindouro.” Nas palavras do Profeta, “Eles vão de força em força.”2