Quarta-feira, 1 Elul, 5784
No início da manhã de 1º de Elul de 2448 (1313 AEC), Moshê subiu ao Monte Sinai, levando consigo as tábuas de pedra que ele tinha entalhado por ordem Divina, para que D’us reescrevesse os Dez Mandamentos. Na montanha, D’us deu permissão a Moshê: “Veja Minhas costas, mas não Minha face” (que Maimônides interpreta como uma percepção da realidade de D’us, mas não Sua essência) – o mais próximo que algum ser humano jamais esteve de conhecer a D’us – e ensinou-lhe o segredo de Seus “Treze Atributos da Misericórdia” (Shemot 33:18-34:8).
Moshê permaneceu na montanha durante 40 dias, até 10 de Tishrei (Yom Kipur), e durante este tempo ele recebeu de D’us o perdão sincero, e a reconciliação com o povo de Israel, após a traição do pacto, quando eles adoraram o bezerro de ouro. Este foi o terceiro dos três períodos de 40 dias que Moshê passou no Monte Sinai em conexão com a Outorga da Torá. Desde então, Elul serve como o “mês do perdão e da misericórdia Divina”.
Hoje é o primeiro dos dois Rosh Chodesh (Cabeça do Mês), para Elul (quando um mês tem 30 dias, o último dia do mês e o primeiro do mês seguinte servem como Rosh Chodesh do mês vindouro).
Porções especiais são acrescentadas às preces diárias: Halel (Tehilim 113-118) é recitado – em sua forma “parcial” – após a prece matinal Shacharit, e a prece Yaaleh V’yavo é acrescentada à Amidá e às Graças Após as Refeições; a prece adicional Mussaf é recitada (quando Rosh Chodesh é Shabat, adições especiais são feitas ao Shabat Mussaf). Tachanun (confissão dos pecados) e preces similares são omitidas.
Muitos têm o costume de marcar Rosh Chodesh com uma refeição festiva e redução na atividade de trabalho. Este costume prevalece entre as mulheres, que têm uma afinidade especial com Rosh Chodesh – o mês é o aspecto feminino do calendário judaico.
Elul é tradicionalmente uma época de introspecção e inventário – um tempo para rever as próprias ações e o progresso espiritual no ano que passou, e de preparar-se para os “Dias de Reverência” de Rosh Hashaná e Yom Kipur.
Sendo o mês do Perdão e da Misericórdia Divina, este é um tempo oportuno para teshuvá (retornar a D’us), prece e caridade na busca pelo auto-refinamento e para se aproximar mais de D’us. O mestre chassídico Rabi Shneur Zalman de Liadi compara Elul a um tempo em que “o rei está no campo” e, em contraste com o tempo em que ele está no palácio real, “todos que assim quiserem podem conhecê-lo, e ele recebe a todos com um semblante amigável e mostra a todos uma face sorridente.”
Os costumes específicos de Elul incluem o toque diário do shofar (chifre de carneiro) como um chamado ao arrependimento. O Báal Shem Tov instituiu o costume de recitar três capítulos adicionais de Tehilim a cada dia, de 1º de Elul até Yom Kipur (em Yom Kipur os restantes 36 capítulos são recitados, completando assim o livro inteiro de Tehilim).
A partir do início de Elul e durante a época das Grandes Festas, incluímos a bênção “Que você seja inscrito e selado para um ano bom e doce” (Leshanah tovah tikateiv veteichateim) em cartas e cumprimentos uns aos outros.