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Segunda-feira, 15 Av, 5784

Horas haláchicas (Zemanim)
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História Judaica

Como conseqüência do incidente dos "Espiões" no qual a geração saída do Egito sob a liderança de Moshê demonstrou sua falta de preparo para a tarefa de conquistar e colonizar a Terra Santa, D’us decretou que toda a geração morreria no deserto. Após 38 anos vagando pelo deserto, a morte deles finalmente cessou, e uma nova geração de judeus estava pronta a entrar na Terra Santa. Era o dia 15 de Av do ano 2487 da Criação (1274 AEC).

Para assegurar a divisão ordenada da Terra Santa entre as doze tribos de Israel, tinham sido feitas restrições sobre casamentos entre membros de duas tribos diferentes. Uma mulher que tivesse herdado terras tribais de seu pai estava proibida de casar-se fora de sua tribo, para que seus filhos – membros da tribo do pai – não causassem a transferência de terras de uma tribo para outra ao herdar sua propriedade (Bamidbar 36). Este decreto foi válido apenas durante a geração que conquistou e colonizou a Terra Santa durante o período de 14 anos, 2488-2503 (1273-1258 AEC); quando a restrição foi levantada, a 15 de Av, o evento foi considerado motivo para celebração e festividades.

15 de Av foi o dia no qual a tribo de Benjamim, que tinha sido excomungada por seu comportamento no incidente da "Concubina em Givá", foi readmitida na comunidade de Israel (como está relatado em Juízes 19-21). O evento ocorreu durante o mandato de Othniel ben Knaz, que liderou o povo de Israel nos anos 2533-2573 da Criação (1228-1188 AEC).

Com a divisão da Terra Santa em dois reinos, após a morte do Rei Salomão no ano 2964 (797 AEC), Jeroboam ben Nebat, governador do independente Reino Norte de Israel, colocou obstáculos na estrada para impedir seus cidadãos de fazerem a peregrinação tri-anual ao Templo Sagrado em Jerusalém, capital do Reino Sul da Judéia. Estes foram finalmente removidos 200 anos depois por Hosea ben Eilá, o último rei do Reino Norte, a 15 de Av, 3187 (574 AEC).

A Fortaleza de Betar foi a última cidadela da rebelião de Bar Kochba. Quando Betar caiu a 9 de Av de 3893 (133 EC), Bar Kochba e milhares de judeus foram mortos; os romanos massacraram os sobreviventes da batalha com grande crueldade, e nem sequer permitiram que os judeus enterrassem os seus mortos. Durante 15 anos, seus restos mortais permaneceram espalhados no campo de batalha. Quando os mortos de Betar foram finalmente sepultados a 15 de Av do ano 3908 (148 EC), uma bênção adicional (HaTov VehaMeitiv) foi acrescentada à "Graças Após as Refeições" em comemoração.

No antigo Israel, era costume que a 15 de Av as "filhas de Jerusalém saíssem com vestes de linho emprestadas (de modo a não constranger aquelas que não tivessem belas roupas)… e dançar nos vinhedos" e "aqueles que não tivessem uma esposa podiam ir até lá" para encontrar uma noiva (Talmud, Taanit 31a).

Quando o Templo Sagrado ainda existia em Jerusalém, o corte anual de madeira para o altar era concluído a 15 de Av. O evento era celebrado com festividades e júbilo, como é o costume após a conclusão de um trabalho sagrado, e incluía uma quebra cerimonial dos machados, que davam seu nome ao dia.

Leis e Costumes

Devido aos alegres eventos ocorridos nesta data nossos Sábios consideraram o 15 de Av como sendo um dos dois dias mais auspiciosos do calendário judaico (o outro é Yom Kipur – Talmud, Taanit 26b). Mesmo assim, não são ordenadas quaisquer observâncias ou celebrações especiais pela Halachá (Lei da Torá) ou costume, além da omissão de Tachanun (confissão dos pecados) e porções similares das preces diárias, como é o caso com todas as datas festivas. Começando a 15 de Av, deve-se intensificar o estudo de Torá.

A partir de 15 de Av deve-se aumentar o estudo de Torá, pois nessa época do ano as noites começam a ficar mais longas e “a noite foi criada para o estudo” (Talmud e Códigos).