Shabat, 30 Setembro, 2023
A Festa de Sucot, comemorando a proteção envolvente de D’us aos Filhos de Israel durante sua jornada de 40 anos pelo deserto (1313-1273 AEC), é celebrada durante sete dias, começando na véspera de 15 de Tishrei. Durante estes dias, somos ordenados a “habitar” na sucá – uma cabana de construção temporária, com o teto coberto por vegetação, sem acabamento (galhos, ramos, bambu, etc.) – significando a fragilidade e a vida temporária da habitação humana e do abrigo feito pelo homem, e nossa total dependência da proteção e providência Divina.
Pelo menos um k’zayit (cerca de 28 gramas de pão) deve ser comido na sucá no primeiro dia da Festa, entre o anoitecer e a meia-noite. Uma bênção especial, Leishêv BaSucá, é recitada. Para o restante da Festa, todas as refeições devem ser feitas na sucá (veja o código da Lei Judaica, ou consulte uma autoridade haláchica para saber de que consiste uma “refeição”). O costume Chabad é se abster de comer ou beber qualquer coisa fora da sucá, até mesmo um copo de água.
Segundo a tradição cabalista, somos visitados na sucá por sete ushpizin celestiais (“convidados”) – Avraham, Yitscahc, Yaacov, Moshê, Aharon, Yossef e David. Em cada um dos sete dias da festa, um dos sete ushpizin (na ordem acima) lidera o grupo.
O sexto Rebe, Rabi Yossef Yitschac Schneersohn (1880-1950) também falava sobre os sete “ushpizin chassídicos: o Báal Shem Tov, O Maguid (Rabi DovBer de Mezeritch) e os primeiros cinco Rebes de Chabad: Rabi Shneur Zalman de Liadi, Rabi DovBer de Lubavitch, Rabi Menachem Mendel (o “Tsêmach Tsêdec”), Rabi Shmuel e Rabi Sholom DovBer. O Rebe costumava falar todas as noites de Sucot sobre as características especiais tanto dos ushpizin bíblicos quanto dos chassídicos, e sua conexão uns com os outros e seu dia específico na Festa.)
Quando havia o Templo Sagrado em Jerusalém, uma das observâncias especiais de Sucot era derramar água sobre o Altar. A retirada de água para esta finalidade era precedida por celebrações que duravam a noite toda no pátio do Templo; sobre os 15 degraus que levavam ao azará (pátio interno) ficavam levitas que tocavam uma variedade de instrumentos musicais, os sábios dançavam fazendo malabarismo com tochas flamejantes e enormes lamparinas que iluminavam a cidade inteira. O canto e a dança iam até o romper do dia, quando todos se encaminhavam à Fonte Shiloach que fluía num vale abaixo do Templo para "retirar água com júbilo". "Quem não assistiu ao júbilo das celebrações da retirada da água" – declaravam os sábios do Talmud – "não viu alegria em sua vida."