Terça-feira, 9 Av, 5784
A Nove de Av de 2449 (1312 AEC), a geração de judeus que saiu do Egito sob a liderança de Moshê 16 meses antes foi condenada a morrer no deserto e a entrada na Terra de Israel foi adiada por 40 anos.
Esta é a primeira das cinco tragédias nacionais que ocorreram em 9 de Av relatadas pelo Talmud (Taanit 4:6), devido às quais o dia foi designado como dia de jejum. As outras quatro foram: a destruição dos dois Templos, a Queda de Betar, e a destruição de Jerusalém.
Tanto o Primeiro como o segundo Templo em Jerusalém foram destruídos em 9 de Av: o Primeiro pelos babilônios em 3338 (423 AEC) e o Segundo pelos Romanos em 3829 (69 EC).
A destruição dos Templos representa a maior tragédia na História Judaica, pois assinala nossa descida à galut – o estado de exílio físico e afastamento espiritual no qual nos encontramos hoje. Assim, a Destruição é pranteada como uma tragédia que afeta nossa vida hoje, 2000 anos depois, não menos que a própria geração que a viveu em primeira mão.
Porém Nove de Av também é um dia de esperança. O Talmud relata que Mashiach ("O Ungido" – o Messias), nasceu no mesmo momento em que o Templo foi incendiado e o Galut começou. [Isso está de acordo com os ensinamentos de Nossos Sábios, que: "Em toda geração nasce um descendente de Yehuda que é digno de se tornar o Mashiach de Israel" (Bartinoro sobre Ruth); "Quando chegar a hora, D'us se revelará a ele e o enviará, e então o espírito de Mashiach, que está oculto em segredo no Alto, se manifestará nele" (Chattam Sofer).]
Betar, a última fortaleza na heróica rebelião de Bar Kochba, caiu para os romanos a 9 de Av de 3893 (133 EC), após um cerco de 3 anos. Aproximadamente 580.000 judeus morreram de fome ou pela espada, incluindo Bar Kochba, líder da rebelião.
Os judeus da Inglaterra foram expulsos pelo Rei Edward I nesta data em 1290.
Os judeus da Espanha foram expulsos pelo Rei Fernando e pela Rainha Isabel a 9 de Av de 1492, dando fim a muitos séculos de florescente vida judaica naquele país.
Para àqueles que rezarem Minchá logo após o kidush na sinagoga, ao retornarem para casa almoçarem e mais tarde fazerem a seudá, em preparação ao jejum, antes de retornarem à sinagoga para Maariv já deverão calçar sapatos que não sejam de couro. Para àqueles que optarem por recitar a Prece de Minchá no horário normal, ao final da tarde, deverão trazer seus sapatos de tecido ou outro material antes do Shabat para a sinagoga para que possam efetivar a troca (calçados de couro por outros) ao término do Shabat, antes de Maariv.
Echá – o Livro das Lamentações – é lido nesta noite na sinagoga. Que possam os dias de jejum serem transformardos em dias de alegria, o Templo Sagrado em Jerusalém ser reconstruído e todos nós nos reunirmos na Terra Santa, com a chegada de Mashiach, breve em nosso dias!
Uma vez por mês, quando a lua aumenta no céu, recitamos uma bênção especial chamada Kidush Levaná, “a santificação da lua”, louvando o Criador pela Sua obra maravilhosa a que chamamos astronomia. KIdush Levaná é recitada após o anoitecer, geralmente na noite do sábado. A bênção é concluída com canções e danças, porque nossa nação é comparada à lua, que aumenta e diminui, como temos feito no decorrer da história. Quando abençoamos a lua, renovamos nossa confiança de que muito em breve, a luz da presença de D'us preencherá toda a terra e nosso povo será redimido do exílio. Embora Kidush Levaná possa ser recitada até três dias antes do renascimento da lua, a Cabalá nos diz que é melhor esperar uma semana inteira, até o sétimo dia do mês. Quando se passaram 15 dias, a lua começa a diminuir mais uma vez e a época para recitar a bênção já passou.